terça-feira, 26 de julho de 2011

A Apple é do mal. Mas é uma linda

Esta semana, a maçãzinha linda do meu coração, dona do meu iPad, que me traz tantas felicidades, andou comendo criancinhas novamente. Desconfiei de que alguma coisa estava errada quando o Kindle me avisou que havia uma atualização do aplicativo deles para baixar. Entre as especificações do download: "Esta atualização retira o botão de acesso à Kindle Store. Oi? Mas esse botão não era super importante? Não é lá que compramos os livros? Não entendi.

Hoje eu entendi. A Apple proibiu todas as empresas de venderem livros a partir de seus aplicativos, como o Kindle for iPad. Facilmente compreensível, visto que o aplicativo do Kindle faz muito mais sucesso que o iBooks, da Apple, por uma questão bem óbvia. A Amazon tem um catálogo muito maior que a Apple, que só tem livros velhos ou não interessantes. Best-seller é na Amazon. Com um tiro só, a Apple conseguiu atingir vários outros leitores (como o Nook, da Barnes & Noble, que também tem aplicativo para iPad), mesmo a sua briga sendo diretamente com a Amazon.

Mas não criemos "cânico". A venda continua liberada pela internet, só não pode mais ser feita tão rapidamente quanto era pelo aplicativo. Ainda assim, se eu não me engano, continua podendo ser feita pelo Safari, do seu próprio iPad, entrando no site da Amazon e depois baixando para o seu Kindle for iPad. Lá se vão os 60 segundos de prazo da Amazon, mas nada que faça você fuçar o site do iBooks (até porque não vai encontrar grandíssimo acervo lá).

Aliás, já tenho uma lista de compras para a Amazon Digital. Depois conto as minhas aquisições.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Acaba uma geração de leitores. E começa outra

As últimas semanas foram marcadas, para quem acompanhou o mundo do cinema, pelo último filme de uma geração inteira de Harry Potters. Se para uns significa o fim de seus maiores ídolos, para outros significa o fim de um montante bilionário em vendas de ingressos, livros e merchandising. Tudo isso proporcionado por uma escritora de primeira viagem em quem nenhuma editora queria acreditar, mesmo aqui no Brasil. Em plena era de debate tecnológico sobre o fim ou não dos livros impressos, pouco se fala sobre os livros infantis, apesar de o fenômeno Harry Potter ter sustentado as vendas lá no alto durante tanto tempo. Responsáveis pelo ensino e crescimento de uma geração, os livros infantis - de romance, que não se misturem com os livros didáticos - costumam sofrer com o esquecimento e do excesso de zelo.

As altas vendas dos livros - e, mais tarde dos filmes - da série do bruxo, surpreenderam todas as editoras inglesas, que pensavam que livros tão grandes não seriam lidos por crianças tão pequenas, e que bruxaria não tinham espaço nas livrarias. Mais tarde, a dúvida veio parar nas editoras brasileiras, que acreditavam que livros tão grandes poderiam, sim, serem lidos por crianças pequenas, mas inglesas, e não brasileiras. O fato é que, salvo algumas exceções, os livros infantis vinham sendo feitos para adultos, e não para crianças. Isso porque o público-alvo acabava sendo o pai ou o professor, em vez dos próprios pequenos.

Profissionais do ramo explicam: ao contrário da literatura adulta, na infantil, não é o consumidor - a criança - que escolhe o que vai ler, e sim um adulto. Por isso, os livros são feitos para chamarem a atenção deles, geralmente trazendo uma mensagem politicamente correta, ou algum material escolar embutido, para que seja vendido como os chamados “paradidáticos”. Mas criança não é boba, e sabe identificar muito bem um material que foi feito para ela. Os paradidáticos têm ainda o argumento contra de que são feitos sobre um molde politicamente correto, senão não poderiam ser vendidos para escolas ou para o governo, o que significa uma parcela considerável do dinheiro que rola nas editoras.

Nada contra esse tipo de livro, mas não é literatura. Não rompe com paradigmas, não causa incômodo, não deixa nada a pensar, além daquilo que se vê nas ruas e na televisão diariamente. Literatura é outra coisa, mesmo que seja infantil. Outra crítica feita hoje, e que favorece muito J. K. Rowling - a autora antes pobre, e hoje milionária de Harry Potter - é a luta contra a infantilização do livro infantil. A editora Dolores Pradas defendeu recentemente, em uma aula a futuros editores, que os livros infantis tenham mais profundidade. Se não é considerada “alta literatura”, Rowling ao menos conseguiu preencher a mente infantil com mundos mágicos, palavras inventadas e complicadas, tramas elaboradas e muitas, muitas páginas, que duraram anos nas livrarias, ou seja, nada de infantilização do público.

Infelizmente, o fim da série deixa um vácuo para as próximas gerações. Quem vai suprir o espaço deixado pelos Harry Potters, ocupando o papel de entreter pura e simplesmente as futuras crianças leitoras? Quem será a próxima J. K. Rowling, que vai compreender o que a criança quer ler, e formar o futuro leitor de obras cada vez mais elaboradas e clássicas. Segundo Dolores, a importância da literatura infantil é tamanha que, depois dela, uma criança leitora não precisa do degrau “literatura juvenil”, ela pula dos Harry Potters diretamente para as Agathas Christies e Victor Hugos, sem passar pelos vampiros - que hoje ocupam grande parte das livrarias.

Com o advento do livro digital, ficou muito mais fácil chamar a atenção. Hoje os livros brilham, falam e cantam, mas ainda não superam as 500 páginas de cada exemplar do bruxo em quem ninguém quis apostar. Se para uns pareceu uma febre passageira, que lotou os cinemas das últimas semanas de crianças fantasiadas, outros torcem para que seja mesmo passageira, ou seja, para que seja logo substituída por muitos outros livros do mesmo calibre. Não uma nova coleção de bruxos, vampiros ou lobisomens, mas uma nova geração de leitores, que procuram livros cada vez mais encorpados porque foram preparados - e muito bem preparados - por Rowlings e Tolkiens durante a infância.

Publicado no último domingo no jornal O Debate

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Vossa excelência: as capas!

Eu julgo pela capa. Julgo, e julgo muito bem, com licença. Já falei isso em outras ocasiões, mas como este é um blog novo, acho bom colocar logo tudo para fora para que vocês possam reclamar de uma vez. Livros com capas bonitas e agradáveis significam livros que tiveram um cuidado maior. Tanto da editora, quanto do autor e do designer (significa que houve um designer!).

Claro que algumas vezes isso pode ser substituído por "Oh meu deus, o que fizeram com esse livro tão bom!?". É como vestir uma princesa com roupas de piriguete. É o que fizeram com Pilares da Terra, uma obra prima dos livros épicos, que foi vestido por uma tia malvada e brega ou então cuspido de um trabalho do Ensino Fundamental feito no Power Point.

Por outro lado, tem como não se apaixonar por capas como "A menina que roubava livros", "A menina que não sabia ler" (a repetição de títulos é assunto para outro post!), "Pequena Abelha", "Clarice," e tantos outros que conseguem traduzir o espírito do livro sem contar nada sobre ele?

Confesso que tenho um certo medo dessas capas perderem a importância diante do mundo dos ebooks (muito para frente!). Isso porque, nos livros virtuais, as capas são em p&b, salvo em tablets, ou muito pequenas. Com isso, corre-se o risco de darem um valor menor a uma parte tão importante.

Alguns designers de capa têm páginas na internet para mostrarem os seus trabalhos (alguns mostram ainda o making off antes do livro ser publicado) outros fazem uma lista dos melhores trabalhos lançados ultimamente, e vale a pena a visita. Estes são alguns tirados do meu RSS!

Caustic Cover Critic
David Drummond
The Book Design Review
Book Cover Archive
Book Covers Anonymous
Book Covers

terça-feira, 5 de julho de 2011

Como escolher uma capa de sucesso


Bom, se você for julgar pela lista dos livros mais vendidos da Saraiva, é só escolher um casal bonitinho e colocar os dois em uma foto piegas direto de um filme romântico da Sessão da Tarde. Vende que é uma beleza!